quarta-feira, 2 de março de 2011

Manaus está praticamente isolada, soluções deveriam ter sido para ‘anteontem’

O aeroporto é a principal entrada de visitantes e dos insumos que movimentam a economia local e a deficiência em ambos os terminais salta aos olhos dos usuários


A classe empresarial concorda com os gargalos citados pelo economista José Alberto Costa Machado no que diz respeito à infraestrutura e logística da ZFM. 

O aeroporto é a principal entrada de visitantes e dos insumos que movimentam a economia local e a deficiência em ambos os terminais – passageiros e carga – salta aos olhos dos usuários, segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Wilson Périco.

“Investimentos que deveriam ter sido feitos há anos precisam ser repensados, para serem implementados não somente para atender as necessidades de agora, mas focando o desenvolvimento da Região, devemos ter um planejamento para hoje, para daqui a cinco anos, 10 anos, que seja permanente e nos permita crescer economicamente”, recomenda.

O presidente da Aficam, Cristóvão Marques Pinto, também comunga da opinião de que a ampliação e reforma no aeroporto são providências das mais urgentes.

No entanto, não é só a estrutura física que precisa evoluir, faz-se necessário ampliar o quadro de fiscais, principalmente do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no despacho de cargas.

Devido a escassez de pessoal, a liberação de carga demora de três a cinco dias, trazendo com isso despesas com armazenamento, sem contar os custos para a empresa que poderia estar com a carga mais cedo em suas dependências, observa Pinto.

Sobre as questões portuárias citadas por Machado, Périco diz que “indústria e comércio estão reféns de um serviço sem concorrência, que nos custa muito caro, que é de péssima qualidade no atendimento, também extremamente demorado; basta dizer que no mundo os importadores têm acesso aos insumos em até oito horas depois da atracação do navio, em Manaus leva em média 20 dias”.

Ele acrescenta que o potencial turístico da Região também é impactado por conta das precárias instalações do porto público para receber os navios e os turistas.

Outro ponto citado por Machado – a logística reversa para produtos do PIM, tornada obrigatória pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, a posição de Périco é que é preciso cuidado para não se estabelecer regras que impedirão o desenvolvimento econômico da Região ou aumentarão demasiadamente o custo da atividade industrial local, “porque estamos competindo com outros Estados e países que, diferentemente de nosso caso, respeitam muito mais os investimentos feitos em suas regiões e territórios e reconhecem o valor que representam os empregos gerados por esses investimentos”.

Cristóvão Marques Pinto diz que esse ponto não se constitui num problema, uma vez que há empresas que já fazem a reciclagem dos resíduos das indústrias do PIM.

 

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